Cifra Econômica | A indústria concorrendo com seus clientes

Aceleração Digital e Conexão Direta com o Consumidor

A pandemia de Covid-19 trouxe desafios sem precedentes para o varejo mundial. Com lojas fechadas e cadeias de abastecimento interrompidas, varejistas e fabricantes tiveram que repensar radicalmente seus modelos de negócio e fluxos de receita. Esta crise acelerou a digitalização e mudou os padrões de compra dos consumidores, forçando uma rápida adaptação ao novo cenário econômico.

A digitalização, que já estava em curso, acelerou-se significativamente devido às restrições impostas pela pandemia. O e-commerce, por exemplo, viu um crescimento exponencial, passando a representar uma fatia maior das vendas no varejo. Em 2020, o comércio eletrônico respondeu por 26% das vendas, um aumento notável que reflete a mudança nos hábitos de consumo.

Uma tendência marcante neste período foi o esforço das marcas para estabelecer uma conexão mais direta com os consumidores. O modelo Direct to Consumer (D2C) ganhou força, com empresas buscando vender diretamente aos clientes, sem intermediários. Este modelo não só oferece maior controle sobre a experiência do cliente, mas também proporciona uma compreensão mais profunda das suas necessidades e preferências.

No Brasil, vários gigantes da indústria se adaptaram a essa nova realidade. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), por exemplo, lançou a Rede Fortaço, uma franquia de materiais de construção, mirando o mercado de varejo local. Outros exemplos incluem a Hering e a Havaianas, que evoluíram de fabricantes para marcas com forte presença no varejo.

Empresas como a Swift, do Grupo JBS, e a Nestlé também seguiram essa tendência. A Swift expandiu suas operações para o varejo físico e online, enquanto a Nestlé ampliou sua influência no varejo com a aquisição do Grupo CRM, aumentando sua presença em lojas físicas e virtuais.

A pandemia trouxe desafios, e agora a indústria iniciar uma concorrência sem precedentes com o varejo. A transformação digital e a busca por uma conexão mais direta com os consumidores são tendências que vieram para ficar. Empresas que se adaptam rapidamente a essas mudanças não apenas sobrevivem, mas também prosperam no novo cenário econômico.

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